28 de outubro de 2011

O currículo em debate: ensino e problematizações através das teorias

As apresentações acerca das teorias de currículo*, além de socializarem as concepções básicas das principais correntes, propiciaram pertinentes problematizações do tema através de um profícuo debate.
Não pretendendo abordar os variados conceitos e conteúdos, e notando a forma proveitosa que tal conhecimento nos foi repassado, cabe-me aqui, particularmente, destacar dois pontos específicos e de grande valia para refletirmos o currículo; sendo:
- O capital cultural (Bourdieu);
- A teoria pós-colonialista.

 Seminários de Didática B | Profa. dra. Jane Bittencourt (org.)
 Universidade Federal de Santa Catarina | 2011/02 

A relação entre a escola e a economia, observada por Bourdieu, constitui-se em uma maneira de compreender o ensino/aprendizagem. Com base em uma análise marxista, Bourdieu observa a estreita relação entre a escola e a sociedade capitalista, favorecendo assim sua produção cultural dominante e reprodução desta. Ou seja, quando a cultura obtém um valor material e/ou simbólico, e este valor beneficia determinado grupo/indivíduo, essa cultura torna-se um capital cultural. Destaco então, recorrendo à apresentação do seminário sobre capital cultural, que o conhecimento e a consequente problematização desta questão no currículo representa um importante avanço no sentido de questionar a dominação internalizada que por vezes se opera no ensino - enquanto reflexo de uma classe capitalista dominante.
Outro assunto dentre os demais que me chamou atenção foi a Teoria Pós-Colonialista. Essa teoria reivindica a inclusão de formas culturais que refletem a experiência de grupos cujas identidades culturais e sociais são marginalizadas pela identidade européia dominante. A teoria pós-colonial é também um importante elemento na crítica dos currículos centrados no chamado cânon ocidental de cultura. Sendo assim, ao meu ver, sua importância consiste em questionar padrões pré-estabelecidos e contribuir em novas abordagens no ensino.
Por uma conclusão, atesto de minha parte os bons resultados que os seminários produziram na problematização e no debate acerca das teorias de currículo. Afinal, conhecer e questionar o currículo é enriquece-lo com novas perspectivas, sempre na intenção de sua constante melhoria.

* Tais apresentações ocorreram em duas partes, sendo a 1ª no dia 14 de outubro e a 2ª no dia 21 de outubro de 2011. In: Seminários de Didática B | Profa. dra. Jane Bittencourt (org.) | Universidade Federal de Santa Catarina | 2011/02.