26 de setembro de 2011

O currículo em (re)visão: singularidades regionais, projeto nacional ou a Nação projetada

A questão curricular nacional compreende não apenas o afã educador/cidadão da Nação, entre as possíveis abordagens, mas também, todo o caráter formativo, homogêneo e idealizador que o Estado procura produzir em seu território.
Partindo desta observação, coloca-se em debate o próprio eixo condutor do currículo nas redes de ensino: afinal, sua estrutura deve ser construída em âmbito nacional ou formulada conforme as especificidades de cada unidade da federação e/ou região? Evitando delongas, e com base em minha percepção acerca dos aspectos positivos e negativos de um currículo geral à Nação, argumento negativamente com relação a uma integridade nacional dos parâmetros do ensino.
No Brasil, as singularidades regionais são latentes e devem por excelência estar contidas nos currículos. É fato em nosso imenso país a multiplicidade de culturas que o compõem, e, assim sendo, nenhum currículo poderia valer-se de valores comuns para um projeto nacional na educação. Pois, reconhecer na educação as diferenças que existem em nossa Nação é dotar tais diferenças de sua peculiaridade e favorecer seu enriquecimento e melhor desenvolvimento em níveis culturais, identitários, sociais, entre outros.


Assim sendo nosso país, tão diverso como apresentado na imagem acima, pensar em um currículo nacional comum à todo território seria um empobrecimento desta plural e potencial Nação no campo da educação. Ou ainda, pretender um ensino sob os mesmos moldes para todas as unidades da federação e/ou regiões apresenta-se de forma incapaz e inaplicável, pairando apenas como um ideal de Nação projetada - questão esta tão cara ao Brasil desde sua Independência.
Por fim, creio que o Governo - enquanto tutor dos planos de educação - pode e deve organizar bases comuns ao ensino no país, pois compreendo que gerenciar a educação constituí sua tarefa enquanto aglutinador dos interesses nacionais. Porém, deve também flexibilizar esses parâmetros para uma adaptação, quando necessário, em cada nível geo-político. Então, e neste sentido concluindo a defesa por um currículo personalizado, faz-se reflexiva a afirmação de que 'o brasileiro não é burro, só é ruim em matemática. Tenta somar polenta e vinho com feijoada e aguardante e encontrar como resultado um número natural'.

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